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terça-feira, 2 de julho de 2013

Dá-lhe Renato lá, o Portaluppi, meu coração não pára de apoiar!!

São Portaluppi voltou!!

Mas mesmo sendo o maior ídolo da história do Grêmio, Renato ainda sofre resistência de parte da torcida. Muitos acham que ele não entende nada de tática, que é somente motivador e que sua campanha em 2011 comprova isso. Eu concordava, em parte, com esses comentários, mas no fundo sempre algo me incomodava e não me deixava ter certeza se eu acreditava mesmo nisso ou se estava sendo um "Maria vai com as outras". Então resolvi fazer uma comparação mais aprofundada entre Portaluppi e Luxa (nosso mais recente técnico e considerado um dos maiores estrategistas do futebol brasileiro), em suas passagens pelo tricolor.

Os dois treinadores tiveram seus melhores períodos no primeiro ano de clube. Renato assumiu o Grêmio em agosto de 2010 com o time na 18ª colocação no brasileiro. Comandou as 25 partidas restantes do campeonato com  15 vitorias, 6 empates e 4 derrotas, somando 51 pontos e 68% de aproveitamento (percentual de campeão), vencendo o segundo turno e classificando a equipe para a libertadores do ano seguinte. Luxemburgo assumiu em fevereiro de 2012, disputou 4 campeonatos (gauchão, copa do brasil, brasileiro e sul americana), não venceu nenhum, mas teve seu melhor momento no segundo turno do campeonato nacional, inclusive com a torcida gritando seu nome e garantindo sua renovação de contrato, por isso focarei apenas nesta disputa para que a comparação seja mais justa. Neste certame o Pofexô fez 38 jogos com com 20 vitórias, 11 empates e 7 derrotas, somou 71 pontos e 62,3% de aproveitamento (percentual de campeão, o Fluminense foi quem fez uma campanha acima da média) e garantiu a terceira colocação, também classificando a equipe para a libertadores. Podemos ver que os técnicos fizeram duas ótimas e parecidas campanhas, porém, vamos aos times bases.

Grêmio 2010: Victor, Gabriel Chinelinho, Paulão do Bope, Rafael Marques e Fábio Santos; Adilson, Rochemback, Lúcio e Douglas Barriga de Cadela; André Lima ou Borges (se machucou) e Jonas.

Grêmio 2012: Marcelo, Pará, Werley, Naldo e Pico; Fernando, Souza, Elano e Zé Roberto; Leandrinho CNH e Marcelo Moreno.

O primeiro time jogou muito mais que o segundo, mesmo eu considerando, no papel, a equipe de 2012 com uma zaga e meio campo melhor. Ataque prefiro o de 2010, com Jonas (muito superior ao Leandro) e André Lima (não tão inferior ao Moreno). 


Eis que nos dois períodos, na virada do ano, trocou o presidente do clube. E nas duas vezes os técnicos não eram os preferidos dos novos dirigentes. Odone não queria Renato e Koff não queria Luxa, no entanto, os pedidos da torcida prevaleceram. A diferença foi na qualificação do plantel para a disputa da tão desejada libertadores do ano seguinte.

Em 2011 o Grêmio perdeu Jonas (seu principal goleador), Fábio Santos e o zagueiro Paulão do Bope, como alternativas tínhamos Gilson, Rodolfo, Viçosa, Lins, Escudero, Clementino, etc. Em 2013 o Grêmio perdeu Naldo, Pico, Moreno (este após ser testado várias vezes e não demonstrar futebol) e como opções vieram Cris, André Santos, Vargas, Barcos (sem contar Dida, Adriano, Welliton). Alguns dos nomes de 2013 foram um desastre (pelo menos até agora), mas quando desembarcaram pareciam ser bons reforços.


Nos dois anos caímos nas oitavas da competição continental, porém, enquanto com Luxa jogamos completos, com Portaluppi enfrentamos a Universidad Católica, no jogo da volta, com o seguinte time: Marcelo, Mário Fujão Fernandes (Vinicius Pacheco), Rafael Marques (Leandrinho CNH), Rodolfo e Gilson; Vilson, Adilson, Fernando e Douglas Barriga de Cadela; Lins e Viçosa. Isso mesmo, LINS E VIÇOSA eram nossas opções de ataque numa libertadores. Claro que não podemos esquecer algumas teimosias do Renato, como a insistência em escalar Gabriel Chinelinho no meio, por exemplo. Além disso, existiam contestações sobre quem deveria jogar em certas posições, alguns achavam Lins, outros Clementino, mas a verdade é que nenhum tinha uma qualidade muito superior ao outro capaz de justificar as criticas ao treinador por deixar o teoricamente melhor fora, algo que quase aconteceu com Luxa, quando tentou sacar Fernando e pôr Adriano.



No gauchão de 2011 deixamos o título escapar mesmo com uma grande vantagem. Após vencermos no aterro por 3x2, perdemos em casa pelo mesmo placar e fomos derrotados nos pênaltis. Nosso ataque no jogo da ida era Leandrinho CNH e Viçosa. O ruralito de 2013 foi aquilo que vocês já sabem.



Após essa análise mais profunda, sabem à que conclusão cheguei? Que meu incômodo era porquê no fundo eu achava Renato um bom treinador, apenas estava sendo um "Maria vai com as outras". Ele pode não ser o melhor técnico do planeta mas tem qualidade e não é somente motivação. Enquanto o Profexô recebeu vários reforços e um elenco qualificado, Portaluppi teve que se virar com jogadores de médio pra baixo, sem contar que perdeu alguns de seus principais atletas. Mesmo assim fez um trabalho melhor que o Luxa, inclusive no brasileirão. A libertadores era impossível vencermos tendo como opções Lins, Viçosa, Gilson, etc. Só mesmo sendo mágico (e olha lá). E arrisco dizer mais, desde o primeiro turno do brasileirão de 2008, onde fomos vice campeões com Juarez Roth, o único time do Grêmio confiável e com esquema tático bem definido foi o do segundo turno do brasileiro de 2010. E neste período tivemos no comando "grandes especialistas em tática" como Paulo Autuori e Vanderlei Luxemburgo, sendo assim, o "somente motivador" Renato, me serve.



Além disso, atualmente não vejo opção melhor disponível no mercado. Sem contar que somente São Portaluppi pra provocar todo esse tumulto na torcida tricolor (e nos amargos também). Se apoiamos Vanderlei Luxemburgo, com Renato vamos torcer sempre borrachos porquê o tele-entulho já foi chamado. No rádio vai tocar o velho rock and roll e vamos lembrar dele, o homem gol. E não adianta espernear, morango, nada mais apaga essa história, Grêmio Imortal, macaco chora. 



Depois de toda essa moral, a bola tá contigo Renato, não me decepciona e nos ponha novamente no caminho dos títulos. 



Ah, faltou falar sobre a Carol, mas vou deixar passar pois ela pode ser nossa meia irmã.

Tem certeza que Carol Portaluppi não é tua meia irmã?